Uma recordação e uma Saudade!

Se fosse viva a nossa Adília Praça de almeida,

faria no dia 31 de Janeiro, 107 Anos.

Um Dia António Macedo escreveu sobre a sua mãe, como aliás escreveu para muitos, mas este é ou foi talvez o seu melhor poema. Para alguns, será certamente o melhor, para outros um dos melhores. Eu acho-o de facto muito bom, mas não o melhor, o melhor para mim, é talvez o poema “Mar” em segundo o “Nove irmãos”  e depois este “Olhos de minha mãe”… Mas, mais adiante, em  post’s futuros, pretendo fazer algum trabalho de interpretação dos poemas. E nessa altura falarei mais sobre o significado deles. Uma coisa é certa e todos deverão concordar comigo, a relação do meu Pai com sua mãe era  verdadeiramente forte, ela era realmente única… E por isso também haveríamos de ter um poema, bastante forte e carregado de sentimento, onde António Macedo  praticamente, agradece tudo o que é, foi  e será à sua mãe…!

Quanto à avó Adília, apenas para dizer, que, de todos ou todas  que conheci na minha vida, foi a que mais durou… sempre lúcida, sempre pronta para ajudar, sempre bonita, sempre com um sorriso, sempre com uma “notinha”, pelo menos quando eu tinha aí uns 15 ou 16, sempre com um rebuçado ou chocolate, sempre com um beijo, sempre com uma vontade louca de nos ver, sempre a acalmar as tempestades, era sem dúvida uma avó daquelas à antiga…Sinto falta da sua comida…E eu não devo ser o único neto a ter tão boas recordações dela…Aliás os de lá…os meus primos, por razões obvias, conviveram muito mais do que eu, com ela, mas eu sei que ela era assim com TODOS e para TODOS…Apenas também era “mais” com mais alguns…O que também se compreende!

Mais historias haverá, mas deixo para vocês(os que estão a ler este Post), o trabalho de se recordarem e lembrarem, ou seja desafio todos e qualquer um a contarem nos comentários, uma pequena historia dessa pessoa fantástica que foi a avó Adília…

Enfim, e por fim, lembro-me muito da ultima fotografia que ela tirou, ela  já estava bastante doente, eu havia levado a Inês que ainda era muito pequenina, teria pouco mais de um ano, para tirar uma fotografia com a visa-avó…Ela com o seu sorriso habitual, e com todo o sacrifício lá tirou a foto, e apesar de já não ouvir quase nada, lá esboçou o sorriso com toda a alegria do mundo…Obrigado “Vó” pelas “notinhas” pela foto… e pelo amor que nos ensinas-te a ter uns pelos outros.

Este ano assinalamos o 12º ano da sua Morte!

Nota: Porque estou pelo Reino Unido não disponho dessa foto neste momento, pois encontra-se no meu baú de recordações em Portugal…ma fica a promessa de que um dia vou publica-la!

Ver Álbum Completo

Por António Macedo,

“Os olhos de minha mãe”

Mãe, quando pela primeira vez
os meus olhos abri
foram os teus que logo encontrei!
Eles foram a luz condutora 
da minha vida,
por onde sempre me guiei.
Deram-me tudo,
Foram o sinal de todas as partidas
e o apoio de todas as chegadas...
Ensinaram-me a ver
com olhos nos olhos,
a saber olhar
e sempre atento
a perceber;
foram os professores do meu saber,
da minha existência
e do meu querer;
foram o juiz da minha justiça!
Os teus olhos investiram-me
na dignidade do homem,
a discernir a verdade da mentira...
Foram e serão os pólos
de ligação entre aquilo
que até hoje vi
e quero ver,
seguro de quem sou
e quero ser.
Mãe, na vida, poucas vezes chorei...
A última vez,
foi no dia da tua morte,
quando sozinho contigo te abracei!

In "Afectos" de 2003

Autor: António Macedo

Editor: Círculo Católico d’Operários – Vila do Conde