e o Grupo das Terças-Feiras!
Tudo começou por volta de 1965, no restaurante a Mila do Alheio próximo da actual sede do rancho do Monte… No inicio até era sempre ás segundas-feiras, passando mais tarde, para as terças-feiras. Esta alteração das segundas para as terças deve-se ao de facto de o restaurante “"Mila” passar a fechar à segunda feira.
Este grupo começa a encontrar-se porque existia na altura um grupo de pessoas da mesma idade que trabalhavam no Notário, Tribunal e Registo Civil e que decidiram juntar-se todas as terças feiras para confraternizarem, a ideia era beber um copo, e comer uns pasteis de bacalhau ao final de tarde, e foi assim durante muito tempo, mas mais tarde , tudo se transformou, para alem dos pasteis, o grupo passou a derivar para outros lugares, continuando a confraternização ás vezes em outros “lugares” até altas horas.
Porquê a “Mila do Alheio”, porque na altura tinha uns Bolinhos de Bacalhau fenomenais…Depois da “Mila” surgiu o Fumega e foi aqui que o grupo teve a sua maior participação, chegou a atingir as 40 pessoas, eram amigos de várias idades, de várias gerações, e isso fazia o grupo resistir ao tempo. Apesar de hoje já serem poucos, ainda hoje este grupo se reúne religiosamente ás terças-feiras.
O grupo passados alguns anos começou a fazer algumas excursões, e as terças feiras de vez em quando transformavam-se em fins de semana, passaram por sítios como Portalegre, Coimbra, Amarante, Felgueiras, Braga, Famalicão, Falperra, etc. Estes jantares ou reuniões por norma eram só para homens, amigos e para os amigos dos amigos, mulheres não entravam, (ou pelo menos oficialmente não entravam…)”. Havia sempre alguém a organizar, a tomar a iniciativa, poucos ou muitos, havia sempre lugar para mais um… à medida que os anos passavam, este grupo ou movimento de amigos, passou sempre a ter um denominador comum ... a confraternização...
Contou-me um dia o Sr. Carlos Pontes, que uma das muitas vezes que foram jantar longe … “- o Toninho havia escolhido ir a Coimbra pois ele queria muito conhecer a casa do Zeca Afonso, o Zeca das 
cantigas e dos “cravos”, e do qual ele era grande admirador. E a verdade, é que os amigos lhe fizeram a vontade e ele consegui ver a casa do Zeca “. Contou ainda Carlos Pontes, que talvez o grande marco deste grupo foi quando todos se conseguiram reunir em Portalegre na visita à casa do José Régio.
É neste grupo que nasce a grande amizade ao “João do Notário” como lhe chamavam. O João do Notário foi de facto o grande amigo do “Toninho”. existiram vários nas várias fazes da vida de António Macedo. Quando era muito jovem, o Cícero(Alfaiate), e 
o Sarmento, foram os mais importantes, depois e mais tarde o João do Notário, e o Carlos Pontes, estes eram pelo menos, aqueles que ele falava mais em casa… Mas o núcleo duro do Grupo não eram apenas estes quatro eram muitos mais, eis alguns dos seus nomes: Carlos Pontes, Jaime Ferreira,Artur Bonfim, Apolinário, Carlos Adriano, Carlos Silva, Armando Pires, Fernando Fumega, Reinaldo Carvalho, Carlos Lima, João Dias, Carlos Agonia, Barbosa Marques, João Evangelista, Pimenta, Adriano pereira, Adelino Miranda, Albino Pereira....Faltarão aqui alguns, muitos talvez, mas estes foram os possíveis de apurar junto do actual grupo. 
Um Dia decidi ir jantar com este grupo, e perguntei-lhes como é que eles viam o “Toninho”, eis as respostas:
- Tinha muito medo e respeito pela morte...Enfim um sentimento muito forte...
- Sempre bastante positivo em relação à vida...
- Para o Toninho estava sempre tudo bem.
- Pessoa muito simples mas de grande carácter.
- Bastante atencioso, puro, bom, confidente honesto e verdadeiro.
- Convicções fortes, um verdadeiro homem de esquerda.
- Falava muito pouco de Politica nos jantares. (Era código para não haver chatices…)
‘ Os dados contidos neste texto, foram recolhidos num jantar que tive com este grupo, a 8 de Abril de 2003, numa Terça-Feira!…’
Gostava muito que os meus Irmãos, e amigos do “Toninho” deixassem aqui neste espaço,mais histórias, histórias como estas que fizeram a vida de António Macedo, e que eu não me lembro ou desconheço.
